terça-feira, 5 de maio de 2009
Ser ou Morrer?
Quando criança, costumamos a idolatrar os personagens dos contos de fadas com seus poderes místicos e suas habilidades sobre-humanas. Mas o tempo vai passando, e vamos percebendo que esses poderes não passam de ilusão... As façanhas mirabolantes com criaturas que voam e fantasias surreais vão dando lugar às tarefas e responsabilidades que a vida exige de nós, e não são poucas.
As histórias de dormir vão dando lugar ao choro do filho às 3:00 da madrugada...
As recompensas pelas missões cumpridas vão dando lugar ao salário...
As farras nos Saloons, vão aos poucos sendo trocadas pelas contas do fim do mês...
Os dragões viram a inflação...
Os Reis irresponsáveis transformam-se nos políticos mulherengos...
A princesa presa na varanda, vira sua esposa com TPM...
E por aí vai!
É no mínimo assustador essa transformação!
A pior parte de ser adulto, é que quando você menos percebe se transformou em um! Não há um aviso prévio, a fada dos dentes simplesmente não vem mais, o papai Noel não lembra mais de você e pronto! O coelhinho da páscoa estava muito ocupado naquele ano e não há o que esperniar...
Não há o que fazer! Todos irremediavelmente vamos envelhecer! O que fazer então?
Temos duas escolhas:
1ª Procuramos uma corda bem forte e morremos jovens para não ter que enfrentar essas coisas;
Ou...
2ª Aceitamos isso como verdade imutável e fazemos dos anos nossos maiores aliados!
Afinal, a maior diferença entre o jovem e o adulto é que: “O Adulto já foi Jovem e sabe como é ser um! Enquanto o jovem ainda não entende o que é ser adulto!”.
Mas é claro que há aqueles que preferem esquecer como é não ter ainda nem 20 anos... Há aqueles que se prendem a um contracheque e o usam como norte! Fazem de suas responsabilidades um escudo inquebrantável contra toda a qualquer situação que ameace o “Status Quo”!
Essas pessoas escolheram a primeira opção e não sabem!
Estar vivo não consiste em respirar, viver é o que você FAZ enquanto respira.
Estar vivo é muito mais que uma falta de opção, é mais um ATO de escolha! É definitivamente uma AÇÃO.
É viver a espada em uma caneta!
É transformar a própria casa em castelo!
É fingir que o meio de transporte é um cavalo alado!
É acreditar que a princesa encantada é sua esposa!
No fundo, lá, nas profundezas mais recônditas de nosso coração, sempre continua viva, a chama da fantasia! É como se houvesse sempre uma criança dormindo, e esta criança somos nós! Matamo-nos quando dizemos: “Não tenho mais idade para isso...”; “Agora não... quem sabe na semana que vem?”; “Não vê que estou ocupado?”; “Não me importune com essas tolices! Meu tempo é precioso”; “Tempo é dinheiro!”; “Preciso produzir mais!”; e por aí vai...
O sistema não foi feito para nós! Não há o menor sentido viver em função de nutri-lo se para isso você tem que se suicidar (mentalmente).
Morre quem não vê a menor graça em simplesmente não fazer nada!
Está morto quem não entende o quanto é gostoso correr até não agüentar mais!
Deixou de viver aquele que acha que a vida resume-se ao que você vai gastar quando seu salário chegar...
Mas não se iluda!
É fato que a criança dentro de você não deve assumir o controle por TODOS os seus atos... Contudo, ela também não pode não influenciar em suas decisões de negócios, em seus compromissos agendados, na hora de tirar férias no fim do ano, nas brincadeiras com seus filhos, em seus atos cotidianos.
O sistema não foi feito para nós.
Mas somos nós quem o fazemos...
Com pequenos galhos se escalam montanhas!
“Ser a mudança que desejamos ver no mundo” (Ghandi), não é mais uma opção, mas uma necessidade, para que tenhamos um mínimo de vida correndo em nossas veias.
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