segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Perguntas de um Operário Letrado

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Orgulho também é sentimento...

Há dois Demônios brigando dentro de mim        O primeiro quer se vingar, o segundo voltar a ti        O medo criou os dois, a coragem não os deixou irem       Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!        Os dois demônios confabulam, na verdade discutem, e por tudo se encabulam         Eles não se conformam comigo, Então paciência é preciso!        Eles sabem que o terreno é arrisco, e o outro lado também corre perigo Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!        De planos impensados surgiram os maiores fracassos        A paciência é uma árvore amarga, que rende doces frutos        Perserverança é preciso, assim os demônios dormirão como Minos Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!        O destino é uma arapuca! Nos pega e lança-nos de catapulta        Sem esperar que possamos analisar o que de melhor da vida podemos tirar        Mas o peso das escolhas que fizemos sempre irá nos acompanhar Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!

 

O que fazer eu não sei! Sobre mim mesmo sempre houve controle, poder

Poucas emoções fizeram meu sangue ferver...

 

 Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!

 

Talvez eu muito por medo perca! O tempo dirá, certeza só tenho que essa situação não ficará ilesa...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Realidade

 

E de repente todos os heróis caíram! 
De repente todas as crenças não faziam mais sentido! 
Viver para trabalhar ou trabalhar pra viver? 
Resposta antes óbvia, agora vinha sem porquê...   
Quem tem crença não se alimenta!   
E de repente era eu quem estava sem tempo
 De repente meu relógio travava meus movimentos 
“Eu mundo o mundo quando sair desse subúrbio” 
E mais um iludido... 
Escravo do capitalismo!   
Quem tem crença não se alimenta!   
E de repente o caos não mais me incomoda
 De repente os preços é quem me formam
 Quem tem roupa não precisa ter boca 
Para quê um livro, se precisa mesmo é de mais figurino!   
Quem tem crença não se alimenta!   
E mais um escravo do destino
 Perpetuando este fato onírico 
De um mundo onde tudo isso não é fatídico...                  
O_ArCaNj0

sábado, 9 de outubro de 2010

Reflexões hominídeas

O Vosso Tanque, General, É Um Carro Forte Derruba uma floresta, esmaga cem Homens, Mas tem um defeito - Precisa de um motorista O vosso bombardeiro, general, É poderoso: Voa mais depressa que a tempestade E transporta mais carga que um elefante Mas tem um defeito - Precisa de um piloto. O homem, meu general, é muito útil: Sabe voar, e sabe matar Mas tem um defeito - Sabe pensar Bertold Brecht

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Reflexão Política

Reproduzo o belíssimo artigo de Maria Rita Khel, publicado no Estadão.

DOIS PESOS…

Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.

Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por “uma prima” do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da “esmolinha” é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de “acumulação primitiva de democracia”.

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.

sábado, 2 de outubro de 2010

O Dia do Curinga

... Aqui estou eu, um simples curinga. E tive de descobrir sozinho o que é ser um curinga. Assim, tudo o que sempre fiz foi andar por aí observando tudo o que os outros faziam. Em contrapartida, pude ver um monte de coisas para as quais todos os outros sempre foram cegos.  — Eu vir a mim mesmo! — exclamou o Curinga.  " Que veio ao mundo com o defeito de ver coisas demais e de ver todas elas em profundidade ... " ' O dia do Curinga ' - Jostein Gaarder