segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Você

E você vem me falar sobre princípio da isonomia como quem fala sobre os parentes.
Elucida princípios iluministas e sobre a tripartição do Direito entre norma x fato x valor.

Mas o engraçado é que quem vota na esquerda da relação sou eu, talvez por querer viver o que fala.

Você é ousada!
Invade meu trabalho e me xinga das verdades mais malucas e arrepiantes possíveis na frente do meu chefe! E o engraçado é que isso em nada me prejudica - principalmente no ego -, pelo contrário, me faz ganhar mais simpatia por essas bandas, e me impõe presença em uma confraria calhorda junto de meus companheiros de labuta.

Você sempre se despede com frases de efeito, e sempre faz dramas tão caquéticos quanto o esteriótipo do Zaratustra.

Não bebe!
Não joga!
Não fuma!
Não gosta de rock!
Não curte futebol!
Não faz parkour!
Mas mesmo assim consegue não ser tão chata...

E continua lá! Fixa como um vício. Mas só me dou conta disso quando me pego ouvindo pela enéssima vez "Meu erro" dos paralamas do sucesso.

Mando-te você embora, aí sonho com você.
Ligo te xingando com absurdos, e você me corta com um machado do Thor.
Você me fala novamente dos seus pais e seus planos para o futuro, e eu lembro que o Corinthians não é mais líder do Campeonato e que quero ver o túmulo do Jacques de Molay na França em 2014.

Quando você vai se tocar que nada disto tem o menor sentido - começando por nós dois?

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