quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sobre o Comando de Mobilização Estudantil Mossoroense

Se caminhamos dois passos em direção à utopia, ela se afasta de nós dois passos. Se caminhamos dez passos, ela se afasta mais dez passos. Ora, então para que serve a utopia se não podemos alcançá-la? Justamente para caminharmos!
(Eduardo Galeano)

O termo juventude nomeia uma fase da vida de todos, caracterizada por inúmeras descobertas, algumas benéficas, outras não muito. Este período requer atenção, cuidados e norteio, pois é o alicerce da futura sociedade. No entanto, é notório o quanto a juventude é desamparada! E aqueles que deveriam propor-se a ajudá-la, terminam por piorar suas condições com políticas alienantes e paternalistas de manter a população como “curral eleitoral” (KOSHIBA; PEREIRA, 2006), numa espécie de resgate histórico romano do “Panis et Circenses” (KOSHIBA; PEREIRA, 2006), onde o jovem é atualmente um dos principais alvos, quando governos promovem eventos para distraí-lo e fazer com que ele esqueça-se de seus próprios direitos, o que não agrega valor ao potencial juvenil, em detrimento a isso: torna-o cada vez mais indolente e inerte no que tange a seu próprio desenvolvimento.
Não basta acreditar no futuro, é preciso investir nele! E para tal não existe fórmula mágica ou solução de curto prazo é preciso potencializar o único instrumento capaz de promover uma mudança social: A educação.
E não há meio rápido de fazer disso uma realidade, contudo é inquestionável que esse caminho é a única via para este sonho! São através dos educadores que podemos fazer do Rio Grande do Norte um modelo para um mundo melhor.

Os educadores não são valorizados socialmente como merecem, não estão nos noticiários da TV, vivem no anonimato da sala de aula, mas são os únicos que têm o poder de causar uma revolução social. Com uma das mãos eles escrevem na lousa, com a outra, movem o mundo, pois trabalham com a maior riqueza da sociedade: A juventude. Cada aluno é um diamante que, bem lapidado, brilhará para sempre. (CURY, adaptado, 2006, p. 91)

E é nisso que acreditamos, em uma amanhã melhor que ontem! Mas para tal é preciso investir em conhecimento, construir mais recursos intelectuais, demonstrar o potencial que vem sendo desperdiçado e criar meios sustentáveis de reformular a nossa sociedade recriando o “status quo”. Portanto fica claro o quanto é preciso desenvolver-se práticas para aqueles que irão cuidar do país pelas próximas gerações. E educação não se resume a sala de aula – que inclusive, vem sendo negligenciada nesta área também -, um indivíduo é lapidado diariamente em seu convívio sócio-cultural; melhorar o máximo possível às condições desses ambientes é mais que um capricho, mas é uma necessidade.

O que importa a mim
Primeiro eles levaram os negros, porém para mim, nada importou, pois afinal eu não era negro.
Em seguida eles levaram os judeus, porém para mim também de nada importou, porque eu não era judeu.
Depois detiveram os padres, porém como eu não era religioso, isto pouco me importou.
Logo prenderam os comunistas, porém como eu não era comunista isto também pouco me importou.
Agora estão me levando, porém já é tarde.
Bertold Brecht

Ciente da necessidade de tomar uma providência ante esta conjuntura, um grupo de jovens iniciou a jornada da busca pela conscientização política Mossoroense. Em meados de Maio, provocados por mais uma intransigência governista demonstrando descaso com a educação potiguar e a greve de várias categorias de educadores, e sob a premissa de uma liderança horizontal – ou seja, com poder de voz equânime nas deliberações do grupo – o Comando de Mobilização Estudantil de Mossoró (C.O.M.E.M.) iniciou suas reuniões, planejando atos simbólicos que provocassem ações governistas, conforme consta na tabela a seguir.
Se vamos conseguir que nossas reivindicações e objetivos sejam atendidos só o tempo dirá, o fato é que nossa maior vitória já foi concretizada: acordamos o movimento estudantil, um gigante adormecido pronto a incomodar as elites preocupadas exclusivamente com seu próprio ganho. E nossa empreitada só está começando. Ainda é só o começo, afinal, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

2 comentários:

Peônia disse...

"Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí,
porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando ou de vez em muito,
não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente.
Pra todo ser.

Pra toda vida."


|Ana Jácomo|

Achei parecido com vc arcanjo-guerreiro!

Peônia disse...

"O que nunca pensei é que pudesse ser assim tão vazia uma casa sem um anjo. Dentro de mim existe alguma coisa que espera a sua volta, de repente, não sei se pela janela ou se aparecerá novamente no mesmo lugar. Para prevenir surpresas, tenho deixado sempre abertas todas as janelas e todas as portas de todos os guarda-roupas. Enquanto não chega, preparo duas coroas de flores: uma para o túmulo de minha mãe, outra para o guarda-roupa que ele habitava."

C. F. Abreu