quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Põe quanto és...No mínimo que fazes
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Quem disse que não existe homem fiel ?
Saindo da linha política, um conto que fala um muito sobre o que acontece nas relações masculinas...
Um dia um carpinteiro buscava madeira cortando o galho de uma árvore ao lado de um rio e seu machado caiu dentro do rio. O infeliz carpinteiro suplica a Deus que lhe aparece e pergunta:
"Por que você está chorando?".
O carpinteiro responde que seu machado havia caído no rio e Deus entra no rio do qual tira um machado todo de ouro e pergunta
"É este seu machado?" O nobre carpinteiro responde:
"Não Deus, não é esse." Deus entra novamente no rio e desta vez tira um machado todo de prata.
"E este é seu?".
"Também não" responde o carpinteiro. Deus volta ao rio e tira um machado de madeira e pergunta:
"É este teu machado?".
"Sim", responde o carpinteiro. Deus estava contente com a sinceridade do carpinteiro e o mandou de volta pra casa dando-lhe os 3 machados de presente.
Um dia, o carpinteiro e sua esposa estavam passeando nos campos quando ela tropeçou e caiu no rio. O infeliz carpinteiro suplica a Deus que aparece e pergunta:
"Por que você está chorando?" O carpinteiro responde que sua esposa caiu no rio. Imediatamente Deus mergulha e tira a Luana Piovani do rio e pergunta:
"É esta sua esposa?"
“Sim, sim", responde o carpinteiro e Deus se enfurece. "Mentiroso!!!" exclama. E o carpinteiro rapidamente se explica.
"Deus, me perdoe, foi um mal entendido. Se eu dissesse que não, então o Senhor me tiraria a Ana Paula Arósio do rio, depois se eu dissesse que não era ela você tiraria minha mulher e quando eu dissesse 'sim' então você mandaria eu ficar com as 3. Mas amo muito minha esposa, além de ser apenas um humilde carpinteiro, logo, não poderia manter as 3, só por isso eu disse 'sim' para a primeira delas".
E Deus o perdoou.
Moral da história: Os homens só mentem por causas nobres e com boas intenções!!!
sábado, 11 de dezembro de 2010
O que importa a mim?
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Liberdade de pensamento...
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Coração Reacionário...
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Ítaca
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Bêbados de antigamente...
A atual era é um saco!
Não vemos mais bêbados divertidos como antigamente!
Cresci numa época onde religiosamente víamos aquela figura tropeçando na própria sombra, costurando a rua indo de um lado ao outro falando até com o vento e cumprimentando-o! Era o saudoso “Backside”, um ex-professor de inglês que cansou da vida de “The books on the table” e partiu para o “AveMary!’; Backside era uma lenda dos meus tempos de jogar gol-mirim esfolando todos os dedos numa rua de calçamento.
Lembro com muita nostalgia dos bordões de “Backside”, eram coisas enigmáticas! Coisas únicas e filosóficas como:
- Backside e a anaconda? (a tal cobra era sua esposa, que, diga-se de passagem, tinha um apelido bem conveniente a sua personalidade)
- DEUS MI LIVRE!
Ou o clássico:
- É UM BARATO OLHAR PRO MUNDO E NUM VÊ NADA...
Logicamente todas essas falas só tem graça quando ditas por aquele sábio bêbado ex-professor exemplar! Pergunto-me até hoje o quão consciência Backside têm do quanto seu apelido refletia seu modo de vida...
Mas vivemos em uma época obscura, onde os bêbados não fazem mais nada além de bater na mulher e nos filhos, puxar facões e tentar enfiar em alguém, ou mesmo não fazer nada além de ficar num bar falando das mulheres que queria pegar, do dinheiro que gostaria de ter ou sobre os desgostos que seu time de coração lhe traz. Ninguém mais quebra uma mesa de bar por que está brincando como uma criança de 10 anos com um amigo de infância disputando quem tem mais força! Agora as pessoas quebram as mesas na cabeça de um inimigo declarado; ninguém mais quebra todos os copos porque o Flamengo não foi campeão da taça rio, agora as pessoas jogam os copos uns nos outros por banalidades, quando muito importantes, partidárias...
Eca!
Os bares têm uma importância histórica inominável! Falo sério! O bar análogo as cavernas para o homem pré-histórico, é um museu do conhecimento da nossa sociedade! Imagine quantas idéias fantásticas não saíram de uma mesa de quatro bêbados barrigudos e botafoguenses, por exemplo! São conceitos filosóficos, políticos, sociológicos, até mesmo psicológicos! Estou brincando? Vamos aos exemplos práticos:
Sócrates teria dividido com o mundo sua idéia sobre a alegoria da caverna, divulgada por Platão, se não tivesse o estímulo de um bom vinho?
Vocês acham mesmo que o cara que inventou a torradeira fez aquilo de cara limpa?
Lembrem-se das composições do Cazuza! Precisa dizer algo sobre o quão geniais elas eram?
Quem garante que o acidente que gerou a descoberta de penincilina não foi resultado de um erro de cálculo provocado por excesso de álcool?
O primeiro milagre de cristo foi gerar o quê para os presentes? Falando nisso, estava ouvindo um ex-evangélico pregar o quanto a bíblia faz apologia ao álcool, e entre outras passagens de figuras respeitáveis, ele falou sobre um provérbio que diz: “Daí bebida forte aos moribundos, e vinho aos amargurados de espírito, para que bebendo esqueçam-se de suas lamúrias” (Provérbio 31,6); bem... a bíblia manda né!?
- Engraçado quando dizem que os criminosos são desumanos; fazer coisas ruins é tão comum, que já podemos dizer que eles é quem são humanos, os desumanos são os políticos honestos, os religiosos que realmente vivem o que falam, os caridosos, esse tipo de gente sim é desumano! – Vai questionar que é uma idéia, no mínimo, interessante?
- Eu já tomei Viagra uma vez... – todos olham para o Ferreira, ninguém falava nem sobre algo relacionado a isso, como ele ousava tocar num assunto tão delicado? Nos bares existe uma lei informal: Quando alguém confessar algo muito delicado, todos têm que ouvir, confessar segredos também e esquecer tudo o que aconteceu desde o início, depois; Mas antes que alguém pudesse esboçar alguma reação quanto a essa declaração, Ferreira continua:
- Oura meu amigo, o cara chega em casa doido pra comer a mulher, aí vê ela puta de raiva, tratando o peixe, descabelada e com a calcinha sem elástico meu amigo! Com uma dessa só Viagra mesmo...; bem... há comentários que mais atrapalham que ajudam... nesses momentos CALE-SE!
- O problema do mundo são as paredes... - todos olham para Felipe com uma cara de:
- É o quê omi?!
- É sim! As paredes escondem as coisas, se não tivéssemos como esconder não pensaríamos em esconder, logo não mentiríamos... – bem... outra idéia que dispensa comentários!
- O amor é um placebo! – todos olham para Renato, ele nunca tinha iniciado uma idéia tão promissora! O que ele diria agora? Na expectativa ninguém diz nada, todos tinham medo de atrapalhá-lo e ele não conseguir concluir a idéia, depois de uma longa dose ele conclui:
- O amor é um placebo, sem muito esforço isso eu percebo, cara pálida do homem, ouvido mouco do... Garçon, mais uma dose aew por favor! – é... valeu a tentativa...
O conhecimento já gerou a bomba de hidrogênio, ao passo que criou a cura para a poliomelite; já construiu pirâmides, mas também já fundamentou a doutrina nazista! Não é preciso continuar a lista de ganhos e perdas que a humanidade obteve ao longo da história por causa da forma que usa o que aprende. Análogo a isso temos o álcool; O problema não está em beber, mas sim na forma que você usa a bebida! O álcool é basicamente uma arma, e aquele que conhece o poder das armas não deve temê-las, por outro lado, não deve ser subestimado, a bebida já destruiu famílias, já causou acidentes, já desencadeou milhares de tragédias; ao passo que já foi uma dos fatores para dias e dias positivamente inesquecíveis!
Tudo em excesso é veneno, não se deve fazer com que nossa felicidade dependa de algo que não depende de nós, refugiar-se ou viver em função de algo que tem tanto poder não é seguro, portanto pense na forma que você usa o álcool. Backside nunca fez mal a uma mosca, por outro lado, destruiu a própria vida. Exemplos para beber ou deixar de beber não faltam, então descubra a sua verdade!
A propósito...
Vai uma dose aew?
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Problemas tecnológicos
A tecnologia está nos destruindo! Não há como negar! As evidencias são gritantes. Começou com o [1]avanço mercantil. A igreja perdeu seu poder e o dinheiro assumiu o trono de rei do mundo. O “X” da questão é que a igreja é uma instituição humana, como tal sujeita a erros e defeitos como todos. Mas com todos eles acredito que é preferível [2]ter um papa como líder a um Bush...
Taxam a igreja medieval de injusta! Olhando a atual situação do mundo, não posso acreditar nessa afirmação. Os desmatamentos, o aquecimento global, a violência, as guerras tecnológicas, etc. Isso sim é o anticristo! O mundo é cruel e desumano, e agora os pobres não têm mais nem o amparo religioso...
Maldito sejam os avanços! Maldito sejam os cientistas! Um dos geradores dessas atuais discrepâncias. A fogueira é realmente horrível, mas será mesmo (analisando o mundo hoje) que aqueles [3]Adões e Evas medievais não mereciam quando teimavam em buscar a perigosa maçã? Há de se questionar a respeito das liberdades, mas será mesmo que o preço a ser pago por termos amparo psicológico não vale a pena?
Não sou hipócrita! Não defendo a igreja! Ela não é nem nunca foi uma instituição perfeita! E no passado, bem como no presente, ela não se preocupava exclusivamente com os pobres. O que ponho em cheque é a nossa mania de tentarmos ser soberanos! Somos e sempre seremos limitados! A ciência não pode substituir Deus! E tem desesperadamente tentado e, na prática, conseguido matar o sentimento divino que as pessoas tinham dentro de si.
Temos muito pouco tempo e não nos damos conta disso! Damos ênfase aos avanços tecnológicos, mas a cada dia só vejo o apocalipse avançar. Dizem que as coisas estão ficando melhores, mas uma simples pergunta me deixa de cabelo em pé quando penso nisso: para quantos e até quando?
O movimento [4]Ludita e mesmo a inquisição realmente não “tinham razão”? Eu sei que isso parece maluco! Mas reflita! O capitalismo só avança, diga-me só você, [5]Quantas guerras já ouviu falar que aconteceram por dinheiro? Sabe-me dizer quantas árvores foram derrubadas em prol do progresso (de uma minoria ínfima, claro!)?
Não digo que o poder deve voltar à igreja, sou humanista e ainda acredito no homem, apesar de tudo. Ainda há esperança! E ela deve respirar ações, não fé! A única fé que devemos ter é em nós mesmos, nos colocamos nessa situação, e podemos sair dela. Apesar de ter certeza que alguns, os mais frágeis, precisam do amparo religioso. Então, se tiver que voltar a força religiosa, que seja com moderação. Que tal um equilíbrio entre ciência e religião?
Vamos começar então com coisas simples e eficientes. Como por exemplo, parar de votar por interesses pessoais ou por influência. Que tal, para começar, se informar sobre as propostas e o passado do seu candidato? Isso é difícil?
Que tal dedicar uma hora das 168 que você tem por semana a um trabalho filantrópico? É bom para seu currículo sabia? E bom também para a alma! Acredite, você sai dizendo: “Obrigado por me deixar ajudar!” É tão difícil oferecer-se numa instituição para ajudar?
Que tal olhar mais para as crianças de rua? Perguntas simples como e objetivas podem mudar o destino delas. Por exemplo: “Ta estudando? Você se dá bem com os colegas? Gosta de estudar?”, acompanhe-as do jeito que você pode, não custa nem 10 minutos dos 10080 que você tem por semana; Você não tem idéia do quanto uma conversa boba com uma criança desamparada poder fazer bem a ela. E mesmo a você! Nem que seja para perceber o quanto é abençoado.
Que tal cuidar melhor da sua família? Dói elogiar a comida da sua mãe? Dizer a seu pai que é um grande homem pelo menos uma vez por ano? Leva tanto tempo assim ensinar a lição de casa a seu irmãozinho? Aquele que não tem a paz no lar, não pode promovê-la fora dele.
O que acha de ser menos consumista? Falo de ligar menos para grifes, e ao invés de comprar uma camisa de 200,00 R$ que tal umas cinco de 20,00 R$? Será que não compensa mais? E com isso, além de aumentar consideravelmente seu guarda roupa, você estará contribuindo com a diminuição dos lucros exorbitantes das transnacionais.
E se você deixasse seu orgulho de lado e falasse mais com seus vizinhos? O que acha de dizer “bom dia” a um estranho pelo menos uma vez por semana? Experimente! Você só tem a ganhar.
Fazendo essas simples coisas, talvez eu ou você não mudemos o mundo, mas ajudaremos a melhorar nosso ciclo de convivência. E se agora é pouco, pense no exemplo que você dará com quase nenhum esforço! Imagine se você esforçar-se? Pense no futuro! Seja o futuro! Não o amanhã que o capitalismo vem ditando, mas seja a esperança na melhora, seja o diferencial e acredite que há esperança, pois enquanto gente como você existir ela nunca morrerá.
Se você agia diferente, não se envergonhe pelo que foi, mas se entusiasme com o que você pode ser. E assim, seja como Ghandi dizia: “A mudança que quer ver no mundo!”.
[1] Século XV, quando os comerciantes ascenderão e junto com as monarquias assumiram maior influência social.
[2] Apesar de ambos intervirem no destino das nações, o primeiro pelo menos dá amparo espiritual.
[3] Referência ao fruto proibido bíblico, que os primeiros humanos o comeram apesar das recomendações divinas.
[4] O primeiro foi um protesto na época da revolução industrial, quando trabalhadores desempregados quebravam as máquinas; O segundo foi um movimento na idade média que combatia heresias, e de fato queimaram muitos inocentes, fazendo isso em prol do conservadorismo.
[5] Sei que a mídia divulga guerras religiosas também, contra tal argumento, contra-argumento dizendo que além de não ser partidário a nenhuma religião, é comprovado que por trás de qualquer guerra religiosa existem motivos mundanos.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Chevalier...
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Sonhos...
Por que não sonhamos menos a agimos mais?
Quantas reflexões, teorias, sermões, livros temos que ouvir ou ler para finalmente levantarmos a cabeça e fazer algo pelo planeta?
O mundo não precisa de mais palavras. Elas instigam ações de fato, mas enquanto isso continuam sendo só palavras. Despertam mais e mais desejos, mas até quando esperaremos pelo gênio da lâmpada?
O homem é grande quando faz e não quando fala. Saber que algo deve ser feito não faz de você melhor pessoa. Afinal, quem conhece o erro e não faz nada para concertá-lo não erra também?
O cosmos já cansou de ouvir, agora ele quer ver...
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Perguntas de um Operário Letrado
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Orgulho também é sentimento...
Há dois Demônios brigando dentro de mim
O primeiro quer se vingar, o segundo voltar a ti
O medo criou os dois, a coragem não os deixou irem
Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!
Os dois demônios confabulam, na verdade discutem, e por tudo se encabulam
Eles não se conformam comigo, Então paciência é preciso!
Eles sabem que o terreno é arrisco, e o outro lado também corre perigo
Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!
De planos impensados surgiram os maiores fracassos
A paciência é uma árvore amarga, que rende doces frutos
Perserverança é preciso, assim os demônios dormirão como Minos
Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!
O destino é uma arapuca! Nos pega e lança-nos de catapulta
Sem esperar que possamos analisar o que de melhor da vida podemos tirar
Mas o peso das escolhas que fizemos sempre irá nos acompanhar
Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!
O que fazer eu não sei! Sobre mim mesmo sempre houve controle, poder
Poucas emoções fizeram meu sangue ferver...
Digam o que disserem, o orgulho também é sentimento!
Talvez eu muito por medo perca! O tempo dirá, certeza só tenho que essa situação não ficará ilesa...
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Realidade
sábado, 9 de outubro de 2010
Reflexões hominídeas
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Reflexão Política
Reproduzo o belíssimo artigo de Maria Rita Khel, publicado no Estadão.
DOIS PESOS…
Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.
Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.
Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por “uma prima” do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.
Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da “esmolinha” é político e revela consciência de classe recém-adquirida.
O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de “acumulação primitiva de democracia”.
Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.
Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.
sábado, 2 de outubro de 2010
O Dia do Curinga
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Quem sou eu...
domingo, 29 de agosto de 2010
SÓ DE SACANAGEM - Elisa Lucinda
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!
Elisa Lucinda